O cardeal italiano Pierbattista Pizzaballa é visto como um nome que pode surpreender no conclave que escolherá o sucessor de Francisco, no início de maio.
Ele comanda desde 2016 o Patriarcado Latino de Jerusalém – uma das mais importantes arquidioceses católicas, com jurisdição sobre a Palestina, Israel, Jordânia e Chipre.
Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, ele recorrentemente fez apelos pela paz e chegou a se oferecer em troca da libertação das crianças sequestradas pelo grupo palestino.
Ele também trabalhou com a Ordem de Malta – organização internacional católica – para enviar ajuda humanitária para Gaza.
Uma fonte ouvida pela CNN considera Pizzaballa um “candidato surpresa” no conclave.
“É aquele que corre por fora, mas tem grandes chances. É italiano, mas fez carreira em meio às guerras do Oriente Médio. Tem uma espiritualidade fortíssima e o contexto das guerras fez com que essa espiritualidade fosse conhecida no mundo todo”, disse.
“E uma curiosidade: é o mais próximo do perfil do cardeal feito papa no filme ‘Conclave’”, acrescentou.
Já outra fonte ouvida pela CNN pondera que o contato tão próximo com essas guerras pode tirar votos do cardeal.
“Temos que lembrar que a Igreja não gosta muito de tocar em áreas sensíveis, como regiões com conflitos em curso. Mas se os cardeais quiserem exatamente isso – sensibilizar mais, provocar uma reflexão em uma área de crise – eles podem realmente optar pelo Pizzaballa”, afirmou.
Nesta terça-feira (22), Pizzaballa falou a um pequeno grupo de jornalistas e homenageou o papa Francisco, elogiando sua devoção à comunidade cristã de Gaza.
O cardeal mencionou a forte ligação de Francisco com a paróquia em Gaza: “Ele continuou ligando para eles muitas vezes. Por um certo período, todos os dias, todas as noites às sete”, disse Pizzaballa.
“Concluo, antes de tudo, que devemos ser solidários em tempos de guerra, especialmente solidários com toda a proximidade. Proximidade era uma das palavras mais usadas [por Francisco]. Portanto, devemos estar próximos, especialmente daqueles que sofrem, e especialmente do Islã, e também continuar trabalhando pela justiça, mas sem nos tornarmos parte da luta”, acrescentou.
