O narrador Galvão Bueno detonou a atuação da Seleção Brasileira diante da Argentina nesta terça-feira (26) pelas Eliminatórias da Copa. O Brasil foi goleado por 4 a 1 no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires.
“Transmiti mais de 40 anos de Seleção Brasileira. Nunca vi a Seleção jogar tão mal”, começou Galvão.
Para o narrador, de um lado esteve uma seleção organizada e bem treinada, principalmente com um meio-campo forte. E, do outro, um Brasil muito abaixo.
Do outro lado, desculpa, Dorival. Eu não gosto de pedir cabeça de técnico, mas do outro lado, era um time que parecia um bando. Juntando um jogador dali, com outro jogador daqui, com outro daqui, com outro de lá e sem fazer nada. Meio-campo mais uma vez e, fora o Gerson que joga no Flamengo, todos os jogadores de meio-campo de time do Brasil eles jogam em times pequenos ou médios, isso nunca aconteceu na história do futebol brasileiro
Galvão Bueno, narrador
“Então, de um lado, repito, uma belíssima seleção de futebol. Do outro lado, o pior time brasileiro desde aquele jogo dos 7 a 1 contra a Alemanha. Estamos aí a praticamente um ano da Copa do Mundo. Não gosto de pedir cabeça de técnico, não gosto, sempre gostei do trabalho do Dorival. Mas não dá pra continuar assim”, concluiu a análise sobre o jogo.
“Qual a vantagem, Raphinha?”
Galvão também comentou a influência que as declarações polêmicas de Raphinha tiveram no jogo. O narrador questionou o camisa 11 da Seleção e também o próprio Romário, que conduziu a entrevista.
“Lá na frente ninguém resolveu nada. O Raphinha claro, era evidente que, De Paul, e outros jogadores experientes, aqueles caras mais duros, mais firmes da Argentina, fossem para cima dele, que fossem para cima do juiz. Qual é a vantagem, Romário, de você mandar dar porrada? Qual é a vantagem, Raphinha, de você dizer: ‘Vamos dar porrada dentro e fora de campo, se for necessário’? Criou-se todo um clima”, afirmou Galvão.
Cobranças à CBF
Por fim, Galvão não poupou críticas à CBF e ao presidente reeleito Ednaldo Rodrigues e citou até a tentativa de candidatura de Ronaldo Fenômeno.
“Ednaldo, você é presidente da Confederação Brasileira de Futebol, reeleito agora, porque os presidentes de federações todos barraram a tentativa do Ronaldo. Você jogou um tempão fora. Ficou esperando o Ancelotti que não viria nunca, depois botou um técnico tampão, pra depois vir com outro, nada dá certo, nada funciona”, criticou Galvão.
Para o narrador, não há tempo para esperar a volta de Neymar, que tem se recupera de uma nova lesão. Para Galvão, a Seleção precisa recomeçar o quanto antes.
“Que coisa horrorosa, que tristeza. Que vamos fazer agora? Tem que esperar. ‘Ah, mas o Neymar pode se recuperar, pode voltar se tiver bem’, ‘Tem que jogar se não tiver bem’, não pode sequer ser convocado. Tem que começar de novo e já, imediatamente. […] Parecia um time profissional jogando contra um time de amadores. Triste, profundamente lamentável”, concluiu.
