De acordo com o Ministério Público do Paraguai, a ação de inteligência da Abin para obter informações confidenciais relativas à negociação das tarifas de Itaipu pode constituir crime de acesso indevido a dados, sistemas informáticos e interceptação de dados.
A investigação buscará determinar a participação direta ou indireta da agência brasileira em ações de intrusão e no planejamento de operações internacionais de espionagem a senadores, deputados, integrantes do corpo diplomático e da Administração Nacional de Eletricidade do Paraguai, entre outros.
A suposta espionagem do Brasil, divulgada pelo portal UOL, gerou uma crise diplomática entre os países. À CNN, fontes da Abin alegaram que a ação, que tentou invadir sistemas informáticos paraguaios, para obter informações sigilosas, ocorreu depois de o Paraguai ter espionado o Brasil.
A espionagem pelo Paraguai teria ocorrido, segundo fontes do Itamaraty, em 2022.
Mas o ex-ministro da Inteligência do Paraguai, Esteban Aquino, negou, em entrevista telefônica exclusiva à CNN, que seu país tenha espionado o Brasil ou qualquer outra nação estrangeira. Segundo ele, isso violaria a legislação do país, que não conta com recursos suficientes para realizar operações estrangeiras.
“Coloco as mãos no fogo, de que foi um trabalho profissional, institucional, e em nenhum momento foi realizada nenhuma tarefa contrária à lei dentro nem fora do país”, afirmou Aquino. “Primeiro que não temos nem os recursos econômicos, era uma agência recém-formada com um orçamento escasso”, acrescentou.
Nesta quinta (3), o embaixador do Paraguai em Brasília, Juan Ángel Delgadillo, que foi chamado para consultas, esteve na sede da diplomacia de Assunção.
O ministério das Relações Exteriores paraguaio afirma que Delgadillo passou informações detalhadas para o chanceler sobre a ação de inteligência ordenada pelo Brasil, e recebeu instruções para monitorar o caso de forma constante.
